terça-feira, 30 de junho de 2009

“Projeto da Suzano precisa de mais discussões no Piauí”, diz agrônomo

Tábata Magalhães

A implantação de 160 mil hectares de eucalipto pela indústria “Suzano Papel e Celulose” na região de Nazária está prevista para o próximo semestre no Piauí. Entretanto, o estudo de impacto ambiental proposto pela empresa ainda não convence os profissionais de meio ambiente do estado.

A ressalva é do professor doutor Arnaud Azêvedo Alves, coordenador do curso de Agronomia da Universidade Federal do Piauí e um dos participantes da audiência pública promovida pela Suzano neste mês. “As informações contidas no estudo da STPC Engenharia, responsável pelo projeto, são pontuais e têm um objetivo consolidado. Além disso, a própria Secretaria de Meio Ambiente do Piauí justifica que serão promovidas tantas audiências públicas quanto necessárias para o devido convencimento do Governo”, disse o professor.

Dos hectares de eucalipto que serão plantados, cerca de 50 mil hectares serão em propriedades de produtores, em sistema de consórcio, o que representa, para Arnaud Azevedo, uma área grande e com possibilidade de sofrer impactos ambientais.

“A exemplo do que ocorreu com a produção de cana-de-açúcar em São Paulo, de pastos no Rio Grande do Sul, tememos que a longo prazo o Piauí perca sua diversidade e se torne em um grande ‘deserto verde’, com baixa densidade demográfica e poucas opções para a manutenção de vocações locais como a caprinocultura e apicultura”, relatou.

Apesar dos ganhos financeiros sob a forma de divisas para o estado e a geração de emprego com a instalação da indústria no Piauí, para Arnaud é necessário um planejamento antes da instalação da Suzano. “Precisamos conhecer esta proposta de forma concreta para nortearmos o poder público na tomada de decisões, colocarmos nossas ideias e ouvirmos as dos técnicos, sociedade, legisladores e gestores”, ressaltou.

Veja mais:
http://www.gterra.com.br/empresarial/suzano-investira-us-22-bilhoes-no-piaui-nos-proximos-anos-14383.html

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